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Foto do escritorRichard Klevenhusen

Os bastidores do Rock in Rio


11 de janeiro de 1985, primeiro dia da história do Rock in Rio. Lá estava eu, ao lado do palco, assistindo os grandes ídolos da minha adolescência. O dia terminou ao som do Queen, cantando "Whe are the Champions" e iluminado por milhares de fogos de artifício. Esta primeira edição recebeu 1.385.000 espectadores.

19 de setembro de 2017, 32 anos após o primeiro Rock in Rio, tive a oportunidade de conhecer os bastidores do Rock in Rio. Os números são impressionantes e interessantes.

Aqui vai um resumo :

- 700.000 espectadores, bem longe do total de 1985, porém controlado.

- R$ 35 milhões investidos em divulgação, principalmente digital, que receberá 2.500 posts.

- 80% da receita vem de patrocínio.

- Mais de 50 marcas presentes.

- O Rock in Rio Card foi entregue em mais de 1.500 cidades.

- 50 funcionários fixos. Durante o festival 20.000 pessoas estão envolvidas.

Esta foi a 18a edição. Já foram realizadas edições em Portugal, Espanha e EUA. Atualmente o Rock in Rio é realizado apenas em Portugal e Rio de Janeiro, intercalando cada ano.

RIGOR e CRIATIVIDADE foram duas palavras muito usadas durante as palestras. Incrível a sintonia que existe entre a equipe do Rock in Rio.

Roberto Medina foi a grande estrela deste evento.

Duas curiosidades sobre a primeira edição do Rock in Rio, por Roberto Medina :

1) Na primeira edição do Rock in Rio o dinheiro acabou durante as obras. Decidido a cancelar o evento durante uma visita à obra, Roberto Medina ligou para a sua agência ( Artplan ) e marcou uma reunião para o mesmo dia à noite. O objetivo da reunião seria informar que o Rock in Rio não iria acontecer. Ao sair da obra, dirigiu-se ao seu carro e foi surpreendido por 3 rapazes que passavam de carro na rua e o reconheceram. Foram até ele e parabenizaram pela coragem em realizar o evento, jogaram ele para cima, etc .... . Ao chegar na agência, Roberto Medina decide manter o festival e pede mais dinheiro para os patrocinadores. o Rock in Rio de 1985 estava garantido.

2) Em reunião com a BRAHMA, grande patrocinador da primeira edição, os executivos da cervejaria se deram conta que seria impossível fornecer cerveja para mais de 1 milhão de pessoas. Roberto Medina pede a palavra e dá a seguinte sugestão : "Por que não colocar a cerveja em caminhões pipa ?". Desde então é assim que a cerveja é fornecida para todos os grandes festivais ao redor do mundo.

Vinte lições de empreendedorismo e liderança da cultura Roberto Medina ( anotados pela VEJA RIO ):

1 – Sonhe grande e acredite.

2 – Para os negócios irem bem, o Rio de Janeiro tem que ir bem.

3 – Não se pode aceitar o pré-estabelecido como regra. Tem que ir além, se desafiar.

4 – Protocolos são feitos para que pessoas inteligentes possam quebrá-los. O Rock in Rio é o

resultado da quebra de protocolos.

5 – O fator sorte existe para as pessoas competentes.

6 – É preciso ter um propósito claro do que se quer. O Rock in Rio desde o início se propôs a ser

um local de convivência e não só um palco de shows.

7 – Não tem ideia impossível. Antes de dizer isso é preciso tentar e tentar.

8 – O melhor Rock in Rio é sempre o próximo. A busca obsessiva pela superação tem que ser a

meta de qualquer negócio

9 – Uma equipe engajada e estimulada pensa junto e reage rápido diante de uma crise. A

substituição de Lady Gaga pelo Maroon 5 é um exemplo.

10 – Não existe jogo ganho. A perfeição e a inovação têm que serem alvos constantes.

11 – A criatividade e o rigor são as melhores ferramentas de gestão.

12 – Para ser uma marca relevante não basta ser reconhecida. É preciso gerar repercussão,

promover experiências e criar um laço emocional com o público.

13 – Mire na perfeição. O bom e o legal não são suficientes.

14 – Motivar não é nada mais do que ser justo. Quando uma pessoa da equipe foi mal, cobre,

quando foi bem, incentive.

15 – Busque cada vez mais e o melhor. Para se alcançar o objetivo é preciso que essa cultura

seja cultivada dentro e fora da empresa.

16 – Liderar é arte de fazer sucessores.

17 – O risco faz parte da vida e de qualquer negócio. Não se vai além ou se cria um grande

negócio sem risco.

18 – A postura positiva, a criatividade, o espírito colaborativo e o perfeccionismo devem permear

qualquer iniciativa.

19 – Não despreze a intuição. Normas e mais normas levam a mediocridade.

20 – Vale a pena sonhar.

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